Fullmetal Alchemist (2018) — Live Action é uma das adaptações mais fortes de anime já produzidas para o cinema (SEM SPOILER)

Maykon Oliveira
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Você é muito fã e odeia mudanças, não é? Então este filme é ruim, este e aquele outro que irão lançar amanhã. E aquele outro que sai ano que vem. E aquele outro também daqui a 29 anos. Sim, adaptações de animes não são para qualquer um, e isto já foi provado ao longo dos últimos anos com o Feedback dos usuários na Web. Uma vez que você gosta de um, certamente aguentará outros, mas se odeia tudo, esquece, não assiste mais nada que certamente não é a praia para você.

Muito se comentava se este Live Action  que erroneamente estão pensando que foi a Netflix que produziu, mas que na verdade foi a Warner Bros japonesa — seria igual ao fracasso Death Note, de 2017. A boa notícia: Não é, nem sequer é parecido com aquela atrocidade. Antes de tudo, lembre-se que é um filme que passou nos cinemas, e que já se comenta que terá outras continuações. Dito isto, vamos seguir.


Foto: Divulgação / Warner Bros. Entertainment


  • A nostalgia que prevaleceu no coração de aço dos fãs
Bom, eu sou fã de Fullmetal Alchemist desde 2006, quando, em uma locadora perto da minha casa, encontrei o primeiro volume do DVD do anime lançado pela Focus Filmes. Foi amor instantâneo. Porém, e, contudo, a história do velho Fullmetal era confusa, e como muitos devem saber, não tinha um devido final. Em 2009, Fullmetal Alchemist Brotherhood veio para mudar isso. Animação impecável, diálogos, furos, e conexões finalmente estavam resolvidas. Anos mais tarde, a série ganha um filme para os cinemas e que a julgar pelos trailers, parecia ser algo bom e decente. Abaixo, confira se realmente podemos amar ou odiar este filme tão aguardado por uns e temido por outros. 

  • Pontos negativos | Quase uma nova história

Enredo
A história conta de modo simplificado, e dando uma maior urgência à procura da pedra filosofal, a jornada dos irmãos Edward e Alphonse que sacrificaram seus corpos para recuperarem a vida de sua mãe. Tudo aqui me parece passar muito rápido e por vezes, um pouco atropelado. Logo de início você percebe que o filme nem sequer chegou na primeira hora e já apresentou coisas demais — ainda toma a decisão tola de diminuir muito o tempo de tela de um dos personagens fundamentais na história — e segue sem explicar o motivo de tal escolha narrativa.

Adaptações desnecessárias
Isto é algo que me preocupou de imediato, estaria a adaptação cortando personagens e demais situações apenas para dar ênfase na aventura de Ed e Al? A resposta infelizmente é: Sim. O filme corta desnecessariamente momentos que fazem com que se crie um forte laço com alguns personagens, e ainda brinca de querer ser surpreendente quando muda diálogos e situações de lugar apenas por pura diversão.

Mudanças
Não posso dizer que isso me incomodou tanto, mas, se você conhece toda a história, seus pensamentos te levarão à pensar: "Isso realmente aconteceu dessa maneira?", até que você perceba que não foi de fato desse jeito, tal arco já foi encerrado e já estamos jogados em outro. Posso dizer que, as mudanças da história e a realocação de acontecimentos marcantes irão despertar a raiva de quem quer algo mais fiel ao material original. Mas se você consegue relevar isto, o restante irá agradar. Dito estes pontos, vamos ao restante que para mim vale ouro.


  • Pontos positivos | Um mundo dominado pela Alquimia 

Tudo é real. Sim, em alguns momentos a computação gráfica em certas paisagens e fundos pode incomodar, mas é algo pontual, rápido e passa despercebido. É possível afirmar: O filme é ótimo quando tem que ser ótimo. O fogo é realmente fogo, a pedra é realmente pedra, e uma alma dentro de uma armadura medieval nunca foi tão realista. A computação gráfica de Fullmetal é esforçada e brilha.

Eu existo!
Alphonse, Quimeras e seres sobrenaturais são a atração principal. Os personagens desenvolvidos em computação gráfica são extremamente realistas e conseguem mostrar que estão de fato ali, não há fundo verde ou estranheza momentânea. Um respiro para quem duvidava que seria impossível criar uma armadura totalmente por computador.

A nossa dura jornada 
Viver é algo muito difícil e filosófico, essa essência sempre esteve presente nas obras de FMA, e neste longa não é diferente. A morte, a perda, a solidão e a incerteza permeiam a todo momento a atmosfera fantasiosa e única que esta história tem.

Nossas lembranças marcantes 
Sabe aquele momento x em FMA que todo mundo comenta, e até mesmo quem nunca assistiu o anime por completo conhece? Então, ele está aqui. Sabe aquela morte tão triste do querido amigo que aprendemos a gostar mesmo com a insistência dele em relação às suas fotos de família? Também está aqui. A sensação é a da mais pura nostalgia.

A surpresa que pode impactar
Como citado anteriormente, muitas coisas são novas aqui. A trilha sonora injeta uma sensação de aventura medieval e que de certa forma já estamos acostumados a associar com a época apenas a ouvindo. A sensação de perigo e os efeitos sonoros dos objetos e de reações alquímicas são ótimas. Para algumas pessoas a nova trilha sonora pode ser um ponto negativo, mas admito que fiquei cativado e que não me parecia certo um simples Control C + Control V da trilha do anime original. Até mesmo a trilha de Brotherhood injeta uma carga diferente se comparado com a trilha do clássico. 

BÔNUS: A dublagem brasileira
Todos os dubladores voltaram para esta dublagem. Com algumas pequenas exceções, é de encher os olhos escutar novamente todas aquelas expressões tipicamente brasileiras inseridas para deixar situações mais cômicas e ao mesmo tempo, mais próximas ao que sempre estávamos acostumados a ouvir desde a exibição na TV e até nos episódios lançados em DVD. 

Por fim, o Live Action de Fullmetal tem paixão, garra e vontade de se provar. Os seus problemas incluem típicos deslizes de adaptações de histórias de fantasia, mas tem seu mérito por ser relevante, esforçado, e apenas o primeiro filme de muitos outros que irão surgir. Certamente entra fácil na lista dos melhores Live Action já feitos até hoje.


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