Desta vez, há mais traços semelhantes ao anime original e o design tanto de personagens, quanto de cenários, está quase idêntico ao que já conhecemos. Porém, vale ressaltar mudanças que certamente podem impactar na experiência de espectadores nostálgicos como a trilha sonora sem emoção e carisma e a mudança do gênero de Shun de Andromeda, que passou a ser uma mulher dentro do time dos guardiões do universo.
Assistindo aos doze episódios iniciais que cobrem até o fim do arco dos cavaleiros de prata, temos a sensação de que tudo ocorre de maneira rápida, apressada, como se quisessem avançar aos pontos que são os preferidos de muitos fãs, como a batalha das doze casas e a saga de poseidon e hades. A nostalgia acontece em diversos momentos, há cenas que mostram quadros exatamente iguais aos do mangá e do anime de 1986, mas mesmo assim, nem tudo são flores.
Fica evidente que existe um grande esforço de tornar esta série já muito popular em um novidade para crianças desta geração conectada e que clama cada vez mais por roteiros que sejam diretos e precisos. Ao decorrer da história que se limita a apresentar personagens queridos e lutas memoráveis, notamos um esforço válido de trazer para esta década um novo "Cavaleiros do Zodíaco".
Apesar de dividir os fãs mais antigos, vale lembrar que ainda temos a mesma história que já foi contada antes, mas desta vez, de uma nova forma, com novas tecnologias e adaptações de linguagem. Queira ou não, há um novo caminho para estes guerreiros percorrerem, e a esta altura, é inegável aceitar que é uma produção que vale a pena ser vista, mas que não desperta nem de longe o mesmo sentimento que muitos presenciaram ao ver pela primeira vez o anime na TV.
Com um roteiro simplista, uma trilha sonora genérica, mas com bons efeitos gráficos e cenários deslumbrantes, Saint Seiya da Netflix tenta replicar o sucesso que um dia já conseguiu e parece dar sinais de que ainda tem muito a oferecer e também a melhorar. Neste momento, apenas o tempo poderá responder se temos nas mãos uma obra revolucionária ou uma tentativa falha de modernizar algo que já era imutável.