Crítica | 13 Reasons Why 2 — A temporada que você não pediu, mas que se mostrou relevante e necessária

Maykon Oliveira
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Amada e odiada, 13 Reasons Why tomou fôlego e adentrou novamente a vida de Hannah Baker, e os acontecimentos após o seu suicídio que abalou a rotina de todos a sua volta. A série aclamada da Netflix investe em sua segunda temporada em um clima de angústia e revelação dos fatos por trás da morte de Hannah.

Este texto não contém spoilers, então não é preciso se preocupar a respeito dos fatos que certamente chocarão o espectador desavisado que ainda não assistiu a esta nova temporada. No entanto, é preciso dizer: Não pedimos, não queríamos, e ainda assim ela chegou, mostrando-se relevante e necessária. A trama que permeia a vida de cada um dos estudantes da escola Liberty agrega o peso dos acontecimentos e explora os traumas de cada um dos personagens de maneira brilhante e impactante. 

 Foto: Netflix / Divulgação.

Inicialmente, a sensação que a série transmite é de ter fechado um ciclo, dado um ponto final e que não merecia ter uma continuação. Porém, quem realmente sente a falta de alguém e convive com a mágoa, nunca sabe quando realmente a história chegou ao fim, e isto é explorado ao máximo nesse ponto da narrativa.

Os episódios sobre o abuso de Hannah na primeira temporada deveriam ser explorados, e querendo ou não, descobrimos que fomos inseridos em um universo de verdades que pertenciam apenas a Hannah, mas que podem ser vistos de inúmeras formas diferentes. Esse é o papel da segunda temporada, o "resultado" das ações de sua antecessora.

Esteticamente tudo permanece igual: Uso de flashbacks, trilha sonora ambientada nos anos 90 em uma pegada bem adolescente e alternativa, fotografia pálida com cores azuis na maior parte do tempo, e cenas específicas em tons desbotados de vermelho. Nada parece ter mudado, mas o roteiro prova que há mudanças significativas. 

 Foto: Netflix / Divulgação.
Ao finalizar os novos episódios, pensei de imediato que assisti a vários episódios de séries voltadas ao público adolescente-jovem adulto que geralmente abordam temas como drogas, mortes e abusos de diversos tipos, o que me chocou e me fez olhar com mais atenção para o nível de valor que eu estava dando a história.

A discussão apresentada sobre bullying, estupro, suicídio, abuso moral e físico, visa mostrar que não há apenas um único caminho a ser seguido, seja na morte ou na vida de alguém.  A série não romantiza o abuso, e por vezes o mostra de forma seca, brutal, para chocar e despertar o repúdio diante da situação. 

Para muitos, essas cenas são desnecessárias e não promovem debates saudáveis para solucionar crimes semelhantes aos que vimos em tela, mas o intuito mesmo é mostrar a quem está assistindo que essa é vida real, com crimes reais e pessoais reais.

A história ganhou mais forma, mais riqueza, mais lados, mais verdades e também mentiras. A relevância da série expande para novos possíveis temas a serem explorados e garantem que serão capazes de retratar a vida real da forma mais realista possível.

Não sei dizer se é melhor ou pior do que a primeira temporada lançada no começo de 2017, mas certamente, 13 Reasons Why já é uma querida no coração de muitas pessoas, e se a cena do baile não te fazer chorar, nada fará. Um tipo de espetáculo como só o teatro saberia fazer: Uma história dramática com picos de alegria e rios de lágrimas para mostrar quando chegamos ao fim.



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