Amada e odiada, 13 Reasons Why tomou fôlego e adentrou novamente a vida de Hannah Baker, e os acontecimentos após o seu suicídio que abalou a rotina de todos a sua volta. A série aclamada da Netflix investe em sua segunda temporada em um clima de angústia e revelação dos fatos por trás da morte de Hannah.
Este texto não contém spoilers, então não é preciso se preocupar a respeito dos fatos que certamente chocarão o espectador desavisado que ainda não assistiu a esta nova temporada. No entanto, é preciso dizer: Não pedimos, não queríamos, e ainda assim ela chegou, mostrando-se relevante e necessária. A trama que permeia a vida de cada um dos estudantes da escola Liberty agrega o peso dos acontecimentos e explora os traumas de cada um dos personagens de maneira brilhante e impactante.
Foto: Netflix / Divulgação. |
Inicialmente, a sensação que a série transmite é de ter fechado um ciclo, dado um ponto final e que não merecia ter uma continuação. Porém, quem realmente sente a falta de alguém e convive com a mágoa, nunca sabe quando realmente a história chegou ao fim, e isto é explorado ao máximo nesse ponto da narrativa.
Os episódios sobre o abuso de Hannah na primeira temporada deveriam ser explorados, e querendo ou não, descobrimos que fomos inseridos em um universo de verdades que pertenciam apenas a Hannah, mas que podem ser vistos de inúmeras formas diferentes. Esse é o papel da segunda temporada, o "resultado" das ações de sua antecessora.
Esteticamente tudo permanece igual: Uso de flashbacks, trilha sonora ambientada nos anos 90 em uma pegada bem adolescente e alternativa, fotografia pálida com cores azuis na maior parte do tempo, e cenas específicas em tons desbotados de vermelho. Nada parece ter mudado, mas o roteiro prova que há mudanças significativas.
Foto: Netflix / Divulgação. |
A discussão apresentada sobre bullying, estupro, suicídio, abuso moral e físico, visa mostrar que não há apenas um único caminho a ser seguido, seja na morte ou na vida de alguém. A série não romantiza o abuso, e por vezes o mostra de forma seca, brutal, para chocar e despertar o repúdio diante da situação.
Para muitos, essas cenas são desnecessárias e não promovem debates saudáveis para solucionar crimes semelhantes aos que vimos em tela, mas o intuito mesmo é mostrar a quem está assistindo que essa é vida real, com crimes reais e pessoais reais.
A história ganhou mais forma, mais riqueza, mais lados, mais verdades e também mentiras. A relevância da série expande para novos possíveis temas a serem explorados e garantem que serão capazes de retratar a vida real da forma mais realista possível.
Não sei dizer se é melhor ou pior do que a primeira temporada lançada no começo de 2017, mas certamente, 13 Reasons Why já é uma querida no coração de muitas pessoas, e se a cena do baile não te fazer chorar, nada fará. Um tipo de espetáculo como só o teatro saberia fazer: Uma história dramática com picos de alegria e rios de lágrimas para mostrar quando chegamos ao fim.