Imagine estar em constante agonia diante todo tipo de situação
em que você assistindo. Agora, adicione cenas de terror, decisões impossíveis
de serem tomadas rapidamente e ameaças invisíveis. Pronto, temos a fórmula para
criar o melhor filme do ano. A história narra a vida de uma mãe que tentará
sobreviver a uma espécie de surto que faz todas as pessoas que olham para uma
figura invisível cometerem suicídios e serem influenciados a levar outras
pessoas consigo.
Caixa de Pássaros chegou a Netflix já prometendo ser um
grande sucesso cinematográfico, e uma enorme revolução em meio aos aclamados
filmes que possuem terror e suspense como parte de sua construção. O resultado,
por fim, é exatamente esse mesmo: Um longa incapaz de dar paz ao espectador, e
uma orquestra de ansiedade e agonia que vem justamente para promover o medo e a
aflição diante de situações e eventos que não conseguimos lidar apenas ao
assistir.
O filme mistura simbologias como “O Mito da
Caverna” de Platão, e toda a discussão por trás da pessoa nova que surge dentro do grupo representando ser uma ameaça, e recursos já conhecidos em filmes apocalípticos como a convivência e os conflitos em grupo para exemplificar como seres humanos poderiam lidar com uma catástrofe que ameaça acabar com toda a vida presente no planeta. O
mistério por trás das mortes e a livre interpretação dos fatos tornam tudo
ainda mais interessante, assustador e brilhante.
O grande destaque fica para a interpretação de Sandra
Bullock, figurinha conhecida do público que carrega consigo atuações incríveis
e principalmente, memoráveis. A mãe que está desesperada em busca de um local
seguro não economiza forças e também estratégias para alcançar seu objetivo.
Sua personagem permite uma identificação imediata de quem está assistindo, e
faz com que torcemos para que tudo dê certo, e que finalmente, ela possa
encontrar um local seguro, mesmo e quando a esperança parece quase desaparecer.
Já a fotografia, contrasta com tons azulados e cinzentos
para dar profundidade à escuridão causada não só pelo medo do desconhecido, mas
também pelas infinitas possibilidades do que pode estar matando as pessoas
quando saem de dentro de suas casas. O barulho também é um recurso já aclamado em
filmes como: “Ao cair da Noite”, e “O Homem nas Trevas”, um recurso muito bem
utilizado durante toda a história e que como já visto nos exemplos acima, é
sempre usado como chave principal na virada da narrativa e nos momentos mais
tensos de um filme.
Em suma, Caixa de Pássaros é assustador, brilhante e inesquecível.
Uma grata surpresa que veio para fechar o ano com um excelente filme, uma atual
incrível de Sandra Bullock, e uma discussão que ainda nos rodeia até os dias
atuais: Será que sobreviveríamos se a sociedade entrasse em colapso?
Foto: Divulgação \ Netflix.