Crítica | Caixa de Pássaros - O medo diante do desconhecido

Maykon Oliveira
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Imagine estar em constante agonia diante todo tipo de situação em que você assistindo. Agora, adicione cenas de terror, decisões impossíveis de serem tomadas rapidamente e ameaças invisíveis. Pronto, temos a fórmula para criar o melhor filme do ano. A história narra a vida de uma mãe que tentará sobreviver a uma espécie de surto que faz todas as pessoas que olham para uma figura invisível cometerem suicídios e serem influenciados a levar outras pessoas consigo.

Caixa de Pássaros chegou a Netflix já prometendo ser um grande sucesso cinematográfico, e uma enorme revolução em meio aos aclamados filmes que possuem terror e suspense como parte de sua construção. O resultado, por fim, é exatamente esse mesmo: Um longa incapaz de dar paz ao espectador, e uma orquestra de ansiedade e agonia que vem justamente para promover o medo e a aflição diante de situações e eventos que não conseguimos lidar apenas ao assistir.

O filme mistura simbologias como “O Mito da Caverna” de Platão, e toda a discussão por trás da pessoa nova que surge dentro do grupo representando ser uma ameaça, e recursos já conhecidos em filmes apocalípticos como a convivência e os conflitos em grupo para exemplificar como seres humanos poderiam lidar com uma catástrofe que ameaça acabar com toda a vida presente no planeta. O mistério por trás das mortes e a livre interpretação dos fatos tornam tudo ainda mais interessante, assustador e brilhante.

O grande destaque fica para a interpretação de Sandra Bullock, figurinha conhecida do público que carrega consigo atuações incríveis e principalmente, memoráveis. A mãe que está desesperada em busca de um local seguro não economiza forças e também estratégias para alcançar seu objetivo. Sua personagem permite uma identificação imediata de quem está assistindo, e faz com que torcemos para que tudo dê certo, e que finalmente, ela possa encontrar um local seguro, mesmo e quando a esperança parece quase desaparecer.

Já a fotografia, contrasta com tons azulados e cinzentos para dar profundidade à escuridão causada não só pelo medo do desconhecido, mas também pelas infinitas possibilidades do que pode estar matando as pessoas quando saem de dentro de suas casas. O barulho também é um recurso já aclamado em filmes como: “Ao cair da Noite”, e “O Homem nas Trevas”, um recurso muito bem utilizado durante toda a história e que como já visto nos exemplos acima, é sempre usado como chave principal na virada da narrativa e nos momentos mais tensos de um filme.

Em suma, Caixa de Pássaros é assustador, brilhante e inesquecível. Uma grata surpresa que veio para fechar o ano com um excelente filme, uma atual incrível de Sandra Bullock, e uma discussão que ainda nos rodeia até os dias atuais: Será que sobreviveríamos se a sociedade entrasse em colapso?

Foto: Divulgação \ Netflix.

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