Crítica | A Maldição da Residência Hill - O fenômeno que uniu terror e drama

Maykon Oliveira
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A Maldição da Residência Hill, é uma criação de Mike Flanagan, e baseada no livro de 1959 do mesmo nome de Shirley Jackson. A série é um espetáculo do terror não apenas por retratar a história de fantasmas do passado, mas também por aqueles que ainda estão presentes no decorrer atual da trama. A história da mansão assombrada rodeia uma família composta por cinco crianças e seus pais, pessoas de bem, rodeadas pelo mau.

No enredo, Hugh (Timothy Hutton e Henry Thomas) e Olivia (Carla Gugino) se mudaram temporariamente para uma antiga mansão no verão de 1992, junto com seus cinco filhos: Steven (Michiel Huisman e Paxton Singleton), Shirley (Elizabeth Reaser e Lulu Wilson), Theo (Katie Siegel e Mckenna Grace), Luke (Oliver Jackson-Cohen e Julian Hilliard) e Nell (Victoria Pedretti e Violet McGraw). 


A família experimenta ocorrências paranormais e perdas trágicas, forçando-os a sair de casa. Em outubro de 2018, 26 anos após as assombrações, os irmãos Crain e seu pai, Hugh, se reencontram depois que a tragédia ataca novamente, forçando-os a confrontar seus demônios internos de sua infância compartilhada enquanto lamentam suas perdas.

Não há segredo em se contar uma história de terror: Noites escuras e planos abertos, silêncio, mas também gritos. No entanto, engana-se quem acredita que a nova série da Netflix que estreou em meados de outubro de 2018 é desse jeito. A estrutura da história é um complexo linear de acontecimentos que levam ao desfecho narrativo carregado de drama familiar e explicações além do que pode ser considerado natural.

O principal elemento que fez da série um sucesso instantâneo é o uso de passagens sem cortes entre uma cena e outra – chama-se plano sequência – aspecto este que constrói linhas e interliga o mais comum dos objetos a cenários inteiros ainda com a presença dos atores em cena. Há também o uso de figurantes atuando como fantasmas escondidos em cada cômodo do imóvel assombrado como salas, escadas, corredores e espelhos. A fotografia da série contrasta com tons escuros para “camuflar” esses atores e também possibilita um papel a mais no uso de estátuas que tornam o ambiente por vezes sofisticado e assustador.

Na história, a premissa de mostrar crianças no passado e suas vidas no futuro permite quase um “estudo” sobre os impactos dos nossos traumas infantis na vida adulta. Seríamos adultos complexados por situações bobas na infância ou somos afetados por forças além de nossa compreensão? É possível afirmar: Os verdadeiros fantasmas são traumas mal resolvidos, influências espirituais e problemas familiares que nunca foram discutidos. (Ou são forças que não entendemos, vale a sua interpretação pessoal).

Em resumo, ao assistir A Maldição da Residência Hill, o espectador será envolvido na atmosfera macabra, dramática e reflexiva da história da família que por coincidência ou não, terá que aprender a lidar com vários tipos de fantasmas, reais, imaginários e consequências de sua própria história. Interpretação, roteiro, direção de arte e trilha sonora somam apenas a certeza da seguinte frase: é uma das melhores séries de 2018, e arrisco dizer: É a melhor.

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