Crítica | Sex Education: 2ª temporada discute assédio e traumas psicológicos

Maykon Oliveira
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Segundo ano da série chega expandindo a história, investindo em novos personagens e aumentando ainda mais a carga dramática

A comédia da Netflix que também conta com um toque de drama embarca de vez na discussão sobre temas em alta como o assédio em locais públicos, a falta de empatia para com as vítimas e os medos que despertamos após passar por episódios dolorosos de nossas vidas. Acompanhando a rotina de um grupo de adolescentes, os seus pais e seus professores, descobrimos que tudo pode ser retratado tanto da forma mais engraçada possível, quanto da mais triste e angustiante.
 
Otis, o nosso protagonista está passando por um triângulo amoroso enquanto tenta descobrir como é estar dentro de um relacionamento sério. Eric, o talvez personagem mais amado pelo público, passa por situação semelhante, mas sem decidir em quem irá investir no final das contas. Enquanto Maeve, a antes rebelde sem causa, ganha um desenvolvimento que a torna mais madura, honesta, dedicada e de todos os presentes na trama, a mais adulta.


Novos personagens movimentam a narrativa / Foto: Netflix/Divulgação
O foco da continuação é colocar em pauta e também expor, como a sociedade trata problemas gravíssimos como o assédio sexual e as sequelas deixadas por ele. Tal aprofundamento acontece em boa parte dos episódios que ao contarem as situações da forma mais real possível, consegue se tornar marcantes e indispensáveis, beirando tornarem-se obras quase perfeitas.

A atuação do trio principal continua incrível e coesa, Asa Butterfield (Otis), Ncuti Gatwa (Eric), e Emma Mackey (Maeve), revelam ainda mais camadas em suas interpretações e mostram que é possível fugir de um roteiro que apenas cria situações bobas ou repetições de tudo aquilo que já foi mostrado ao público na edição passada da série.

As trilhas sonoras energéticas e ao mesmo reflexivas em determinados momentos constroem atmosferas únicas que irão certamente envolver quem está assistindo. O nível de trabalho feito nesta parte dois mostra que ainda há muito chão a ser percorrido e que mesmo assuntos considerados tabus como educação sexual, precisam ser colocados em evidência. 

A mensagem aqui deixada é clara: todo mundo é protagonista de sua própria história, não existindo coadjuvantes indispensáveis ou que tornem o enredo principal pífio e sem nada a acrescentar.

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