Do mesmo diretor de A Viagem de Chihiro e Meu vizinho
Totoro, Hayao Miyazaki encerrou sua carreira em 2013 com uma das mais belas
animações de todos os tempos. “Vidas ao vento” (Kaze Tachinu). Este filme traz todo o peso de suas conquistas como
diretor em seu ponto mais alto.
O filme é uma homenagem à vida do engenheiro aeronáutico
Jiro Horikoshi, que projetou os caças Mitsubishi A6M Zero durante a Segunda
Guerra Mundial.
A história de Jiro, um dos maiores projetistas da história
da aeronáutica japonesa, revela que quando criança ele sonhou em voar em um
avião, e sua paixão por esse objetivo nunca sumiu, mesmo com o passar dos anos.
Em sua jornada, Jiro conhece a bela Naoko, por quem acaba desenvolvendo um amor
que perdura por décadas. No entanto, Naoko fica profundamente doente, sem saber
se sobreviverá. A exposição da essência da vida com a filosofia do que se quer
ser quando crescer, é explorada de modo fantástico.
A animação é incrível, os personagens são bem desenhados, os cenários são abertos e puramente saudosista em todos os aspectos: carros, casas, trajes, comportamento, estranhamento com a tecnologia e o estudo de outras nações. O arco do personagem principal se resume em sua carreira, e a doença de sua amada, seguindo a linha de esperança, coragem e fragilidade, retratando uma verdadeira lição de como é ser humano. Diversas metáforas estão inseridas para simbolizar os sonhos e as vontades mundanas.
A fragilidade da doença de Naoko tenta mostrar que nada será
imortal, nem os sonhos, nem o amor, nem mesmo a sua vontade de ser feliz, e sim
a esperança de se erguer cada vez que cair. Em suma, a obra fecha com chave de
ouro a carreira de Hayao Miyazaki e desbanca a maioria dos filmes com
selo Disney e Pixar. Um excelente vislumbre da vida em
forma de animação, incrível e filosófico.
O longa retrata muito bem temas como dedicação à paixão, dualidade de criação, enfrentamento a adversidade, A efemeridade da vida e do tempo e a Beleza no efêmero. Em suma, "Vidas ao Vento" é uma obra complexa que explora temas como paixão e criação. Miyazaki usa a história de Jiro Horikoshi para refletir sobre a natureza humana, o impacto de nossas escolhas e as complexidades inerentes à vida.