Crônica | A Cidade dos Desencontros

Maykon Oliveira
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São Paulo, a cidade em que se pode aprender e conhecer de tudo, desde as melhores baladas, até as pessoas mais peculiares. Nesta cidade, penso que seria extremamente engraçado conhecer alguém que eu fosse me apegar desesperadamente, mas, aconteceu. Cabelos curtos, olhos pretos, sorriso largo, ela chegou. Não existiu nenhum anúncio de sua vinda, apenas apareceu, como um fantasma. Aliás, atualmente ela é um fantasma, mas naquele dia, era mais viva do que nunca. Caminhamos até o bairro da Liberdade, um lugar ao qual a cultura nunca deixa de se sobrepor as pessoas, e foi lá que eu descobri que sentiria uma enorme nostalgia com o passar dos anos.

Naquele espaço, comemoramos as melhores datas do calendário: Aniversários, feriados, e ano novo. Eu perguntava a ela como a felicidade pode existir e desaparecer de maneira tão repentina, e tudo o que ela dizia era para me apegar somente nos detalhes que esta aventura poderia nos oferecer. Na volta para casa, peguei o metrô, e demorei cerca de uma hora para chegar até a cidade de Osasco. No trajeto, encarei as pessoas que estavam no vagão, suas caras sérias me pareciam desconfortáveis e me fizeram refletir sobre o que elas pensavam. Tudo o que eu pude concluir é que seus dias foram difíceis e nada agradáveis, mas lembrando das palavras daquela garota, penso que estes dias terríveis iriam logo acabar. Centenas de diálogos depois do primeiro encontro com aquela pessoa, me pergunto o que será que a cidade absorveu de nossos passeios, de nossos risos e de nossos lamentos. São Paulo não se tornou ruim após estes momentos, pelo contrário, ela fortaleceu sentimentos aos quais sempre nos esquecemos, eles podem se resumir em alegria, e celebração.

Três anos depois, Eu já não via o começo daquele sonho, tudo o que eu via era neblina, uma rua extensa, e um sentimento confuso. Ao acordar em minha cama, olhei o relógio e olhei o calendário. Aquele tal dia no fim do verão, levara 734 dias para chegar ao fim, e quando chegou, as quatro estações estavam mortas, mescladas com um céu cinzento no final do dia, mas São Paulo, do bairro da Liberdade, até a cidade de Osasco, tinha um céu coberto com retalhos de engano, e rios de saudade.


Texto: Maykon Oliveira
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