É possível destacar deste o início que os cinco primeiros episódios são exageradamente arrastados. Não é possível pegar de cara o que é o centro da história desta nova temporada. Ao pararmos para observar, a sensação que fica de imediato é "Bom, é sobre isso aqui a continuação?", este sentimento só desaparece após os acontecimentos do final do episódio seis, que mesmo memorável, já reflete o tempo que foi gasto para explorar novos personagens (Vide Max, o Jornalista que procura por Barb e o namorado da mãe de Will) e dar continuação para alguns eventos resultando em novas tramas.
Podemos então, decretar que não é tão ou mais espetacular que a primeira temporada. Talvez o maior motivo disto seja a de trabalhar ainda mais com a premissa de paranoia militar, ao invés de explorar todo o aspecto sobrenatural que nos foi oferecido em 2016. O maior acerto da série é a nostalgia que ela causa nos assíduos fãs dos anos 80, mas nem sempre o fator saudade vem para salvar uma história. Não existe tanta modificação aqui, aliás, só assistiremos as mesmas situações em escala maior. A série não inova tanto quanto a expectativa que todos estavam criando na internet. As teorias malucas dos fãs é o que mais conseguiu deixar o roteiro simples, mas sofisticado.
Naturalmente a computação gráfica está melhor desenvolvida, e a fotografia merece ser elogiada. O pôster da série, e até mesmo os trailers passam exatamente o que os episódios são em si. Tudo está lá, da forma que imaginamos, e por vezes nem tão incrível assim. O centro de tudo é a história de Will, obviamente, mas quando a trama se desvia deste caminho, todas as situações começam a ficar tediosas e mal aproveitadas.
O maior pecado desta temporada se chama ‘Episódio 7: The Lost Sister’, uma enxurrada de esquetes amadoras e bregas que invocam alusão a Xmen de forma totalmente preguiçosa e bagunçada (é uma tortura assistir aquilo). Ao fim, o sentimento que fica é de ter assistido algo com picos de adrenalina intensa e momentos memoráveis que deveriam estar presentes ainda na primeira parte da história. No entanto, com o ritmo nivelado, mais desenvolvimento em cenários e construção de mundo, "Stranger Things – Segunda Temporada", é um belo presente com a sua devida importância, mas com um impacto não tão forte assim.
Foto: Netflix / Divulgação.