Crítica | The Sandman é uma odisseia de amor aos fãs

“Após anos aprisionado, Morpheus, o Rei dos Sonhos, embarca em uma jornada entre mundos para recuperar o que lhe foi roubado e restaurar seu poder”, afirma a sinopse oficial de The Sandman, nova série da Netflix que finalmente chega com 10 episódios para mostrar o poder da história épica escrita por Neil Gaiman. Sonho, o protagonista de Sandman, é um dos Sete Perpétuos – seres imortais que dominam alguns dos aspectos mais importantes da existência humana. Além de Sonho, o grupo é formado por Destino, Morte, Destruição, Desejo, Desespero e Delírio.

De cara já podemos elogiar o elenco que conta com Tom Sturridge (Sonho), Kirby Howell-Baptiste (Morte), Mason Alexander Park (Desejo), Donna Preston (Desespero), Gwendoline Christie (Lucifer Estrela da Manhã), Charles Dance (Sir. Roderick Burgess), Jenna Coleman (Johanna Constantine), Boyd Holbrook (Coríntio), Vivienne Acheampong (Lucienne), todos muito bem caracterizados, com performances marcantes e arcos inesquecíveis. 

Os personagens em CGI da série também acompanham o visual clássico das Comics

A cada episódio somos inseridos ainda mais na mitologia do universo de Sandman, se afeiçoando aos personagens que mostram que nem tudo é o que parece ser, descobrindo narrativas emocionantes, dramáticas, amedrontadoras e épicas em diversos momentos. A trilha sonora mística, somada a cenários que remetem a diversas cenas das Histórias em Quadrinhos, torna tudo ainda mais deslumbrante, contemplativo, sendo uma verdadeira odisseia aos fãs e fidedigno aos mais de 75 volumes já lançados da obra, além dos derivados.

A fidelidade com as HQs é impressionante 

No decorrer dos 10 capítulos todos os atores têm a chance de brilhar, mas o novato em produções BlockBuster, Tom Sturridge, entrega uma atuação brilhante como Sandman que mistura momentos filosóficos e emocionantes com diálogos expressivos, além de uma construção corporal digna de um rei do sonhar.

O sonho, aqui nesta história, é além de um protagonista. Sadman é o coração vital de toda a trama, fazendo o espectador ficar viciado de forma instantânea nessa narrativa para a TV. Durante o processo, tudo acontece de uma forma incrivelmente bela, sempre colocando quem está assistindo para pensar, refletir e imaginar como sair de diversas situações, mesmo durante um torneio contra Lucifer ou como agindo na companhia da Morte.

Sandman foca na diversidade dos sentimentos humanos, aplaude o que chamamos de vida e resgata o sentimento e o entendimento de que tudo aqui é passageiro e transitório, mas que vale a pena viver no mundo desperto. A primeira temporada de The Sandman marca para sempre a história das séries de ficção e fantasia baseadas em quadrinhos.