Chegamos na continuação de um dos maiores filmes de animação
dos últimos tempos. Em Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, teremos
o tão esperado universo de heróis aranhas em um único lugar e interagindo entre
si. Depois de se reunir novamente com Gwen, Miles acaba indo parar no
multiverso, onde ele encontra verdades e desafios que irão impactar diretamente
na sua vida e no seu modo de ser o Homem-Aranha.
Nesta altura do campeonato não é difícil imaginar que temos
uma animação que se destaca não apenas por sua abordagem única do universo vasta
e colorido de versões do Homem-Aranha, mas também pela ousadia e criatividade
de sua narrativa e estilo visual. Dirigido por Joaquim Dos Santos, Justin K.
Thompson, Kemp Powers, o filme mergulha os espectadores em uma aventura
alucinante que explora as múltiplas dimensões do herói aracnídeo.
Uma obra-prima? Certamente! Através do Aranhaverso desafia
as convenções tradicionais dos filmes de super-heróis de diferentes maneiras a
cada segundo em tela. Ao incorporar elementos de diferentes estilos artísticos,
como animação em quadrinhos, pontilhismo e arte de rua, o filme cria uma
experiência visualmente impressionante que se assemelha a uma verdadeira
história em quadrinhos ganhando vida. Cada cena é um caleidoscópio de cores e
formas, mergulhando os espectadores em um mundo que é ao mesmo tempo familiar e
completamente novo.
Além do estilo visual inovador, ele também acerta em cheio
ao abordar a diversidade desse personagem tão querido da Marvel. Ao introduzir
diferentes versões do herói de universos alternativos temos uma celebração a
rica história do personagem, além de destacar a ideia de que qualquer pessoa
pode ser o Homem-Aranha, independentemente de sua origem ou aparência. Essa
mensagem inclusiva é uma das maiores forças do filme, mostrando como a
identidade do cabeça de teia pode transcender fronteiras e inspirar pessoas de
todas as idades.
O roteiro é habilmente construído, equilibrando momentos de
ação emocionante com cenas mais introspectivas que exploram as motivações e os
conflitos internos dos personagens. Neste segundo longa, a trama fica ainda
mais pesada e dramática em relação aos problemas pessoais de cada personagem e
o que o destino guarda para cada um que decide trilhar esse caminho e viver seu
próprio “evento canônico”. A jornada do protagonista, Miles Morales, é
especialmente tocante, pois ele luta para encontrar seu lugar no meio de tentas
variantes enquanto lida com os perigos e os inimigos que tentam acabar com o
seu universo.
Quando comparamos esta parte dois com o seu antecessor, temos
o conserto de algumas falhas como a trama confusa para aqueles que não estão
familiarizados com o vasto multiverso do Homem-Aranha ou a falta de
desenvolvimento de personagens secundários. Neste o ponto o foco fica entre
Miles, Gwen e Miguel O'Hara, o Homem-Aranha 2099, líder dos aranhas e
praticamente todo o catalizador dessa nova trama.
Em resumo, Através do Aranhaverso é uma conquista
cinematográfica notável que redefine as possibilidades do gênero de filmes de
super-heróis. Sua abordagem visualmente deslumbrante, juntamente com sua
mensagem de inclusão e diversidade, o coloca entre os melhores filmes do
Homem-Aranha já feitos. É uma experiência cinematográfica que certamente
deixará uma marca duradoura na memória dos espectadores mais uma vez.