Crítica | Um gato de rua chamado Bob (2017) Despertando o sorriso do espectador

Maykon Oliveira
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Um viciado que está em tratamento para largar as drogas, canta pelas ruas para ganhar dinheiro e assim sobreviver. Um dia ao acordar em seu dormitório, ele encontra um pequeno gato faminto e sem dono. Após dias de convivência com o animal, James (Luke Treadaway), fica muito apegado ao gato, e lhe dá o nome de ''Bob''. Juntos, eles tentarão ajudar um ao outro em meio ao vasto mundo cheio de desafios, preconceitos, traumas e dores de seu passado. 

O filme é britânico, e também, uma adaptação direta do livro Best Seller de mesmo nome lançado em 2012. A obra conta com uma carga dramática e reflexiva sobre o papel de um animal de estimação na vida dos seres humanos, e como isto pode acabar ajudando a superar os mais terríveis problemas. A linguagem de superação de obstáculos é clara e direta, não caindo aos já conhecidos clichês dos filmes que retratam a relação de animais e seus donos como algo extremante caricato e pueril. 

A direção é de Roger Spottiswoode, que aqui, constrói um sólido drama sob a perspectiva tanto de James, o protagonista que está em reabilitação, quanto do gato Bob. O trabalho de direção de câmera é extremamente belo e íntimo. As cenas em que Bob observa seu dono apenas em silêncio, ou mesmo correndo para pegar um pequeno Rato, é algo que desperta o seu mais contido sorriso. 

A comoção causada no espectador é alta, visto que tudo aqui encanta. A fotografia conta com planos abertos mostrando a multidão e o simbolismo da alegria em volta de James nos momentos em que ele está com Bob. Alguns planos também dão destaque para as expressões faciais que ambos fazem ao retribuir gestos gentis um para o outro. O roteiro vai muito além de uma simples história de um viciado e um gato de rua, ele também conta com subtramas que envolvem o passado dos personagens e como isto resulta para a construção de quem eles são hoje. 

O destaque do filme fica à cargo do gatinho que representa Bob na história. Além de ser bem treinado para ficar nos ombros de Treadaway a maior parte do filme, ele também é calmo e sereno até mesmo nas cenas mais movimentadas. A trilha sonora é também merece elogios, pequenos lances de pianos e violinos tocando trazem leveza e comoção ao espectador, tudo isto contrastando com a bela interpretação de Luke Treadaway que consegue mostrar o lado mais sensível de seu personagem, além de ser musicalmente afinado, e verosímil. Ao fim, um gato de rua chamado Bob, é doce, gentil, divertido, comovente, lindo em seus aspectos técnicos, e seu roteiro carrega bons momentos de felicidade e mensagens sutis de alegria e perseverança. 

AVALIAÇÃO: Ótimo/Excelente



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