Crítica | Stranger Things 4: Um épico do terror com aventura sobrenatural

Maykon Oliveira
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O quarto ano da série chega em duas partes para impactar o espectador e proporcionar episódios épicos e recheados de reviravoltas e cenas para te deixar em choque

Com a primeira parte da temporada distribuída em 7 episódios, as crianças agora adolescentes da cidade de Hawkins, precisam lidar com o luto e os traumas causados até este momento da história. O novo ano da série deixa de abordar apenas os poderes de Eleven (Millie Bobby Brown) para focar e desenvolver cada um dos personagens, com ênfase no grupo principal: Mike (Finn Wolfhard), Lucas (Caleb McLaughlin), Dustin (Gaten Matarazzo) e Will (Noah Schnapp), que agora não estão mais unidos como antes e precisam entender quem eles são, como lidar com sentimentos reprimidos e tentando achar o seu lugar no mundo.

Aqui podemos finalmente conhecer mais de cada um que aparece ao decorrer da narrativa, não são apenas participações para fazer a trama andar, são chaves principais para mostrar o quanto algumas pessoas podem mudar ou o quanto outras podem se recuperar de seus medos e inseguranças, seja por estar se sentindo sozinho ou por querer que o passado volte para trazer conforto, algo que constantemente acontece com Will (Noah Schnapp) e Max (Sadie Sink), nesta altura da série.

Enquanto Hawkins enfrenta uma onda de assassinatos aparentemente sem explicação, na Califórnia somos inseridos na nova vida de Eleven e Will, nas consequências da distância dos antigos amigos e o desejo por se encaixarem nessa nova fase da vida. Na Rússia descobrimos como Hopper (David Harbour) está vivo e como será a jornada de resgate por parte de Joyce (Winona Ryder) e Murray (Brett Gelman).

A decisão de construir este novo ano de Stranger Things proporcionando eventos isolados e dividindo os personagens por grupos e núcleos nos dá episódios que vão do terror ao drama e da comédia para a ação, um acerto certeiro do roteiro escrito pelos brilhantes Duffer Brothers (Criadores da série), que mais uma vez provam que sabem tanto construir belas homenagens a obras consagradas da cultura pop como IT – A Coisa, e O Exorcista, quanto entendem como criar seus próprios momentos inesquecíveis que certamente ficarão marcados na história.

Acompanhamos ainda cenas incríveis de transição entre câmeras que voam, passam por paredes, objetos, ficam invertidas e dão zoom para trazer vitalidade em cada nova cena. A trilha sonora ainda consegue mesclar o tom de mistério com curiosidade, fazendo fluir uma sensação novamente de nostalgia dos filmes dos anos 80, enquanto se mostra também original e cheia de vigor. A fotografia ganha tons vermelhos e azuis, tanto para construir o Mundo Invertido, quanto para mostrar as aparições do vilão Vecna, digno de ter saído de um bom filme de terror.

Enfim, esse novo ano cheio de vitalidade se mostra como um dos melhores da série, mas vale lembrar que ainda está faltando mais dois episódios para chegarmos a um veredito lá em 1 de julho, com a conclusão dessa quarta temporada e o possível gancho para a quinta e última, marcando quem ama e acha fantástica essa história brilhante de aventura sobrenatural.  

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