Setembro Amarelo | O impacto de 13 Reasons Why

Maykon Oliveira
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A série que abordou a pior fase da vida de Hannah Baker, e consequentemente sua morte, é uma das mais reflexivas já produzidas até hoje pela Netflix. De fato, 13 Reasons Why, é um retrato fiel da adolescência e o pior período em que podemos presenciar: o ensino médio. 

Hannah, era apenas uma garota com sonhos nada ambiciosos, apenas almejava a felicidade e uma vida plena e longa. Em um de seus sonhos, é possível vê-la transitar por entre os corredores de sua escola finalmente segura, e confortável por ter encontrado a paz e o seu amor finalmente ter sido correspondido por alguém. O impacto causado por sua morte é ainda maior porquê não foi apenas um suicídio, foi um crime, um crime hediondo e terrível. 

Desde o primeiro episódio, estamos assistindo tudo na perspectiva de Clay, o garoto solitário e bobo, sem muita ambição que se apaixona por sua colega de trabalho de forma rápida e também instantânea. O problema da vez, é que ele não consegue simplesmente dizer a ela o que sente, e isto causa a ele uma dor que em seguida se transforma em fracasso e depressão após a morte de Hannah.

Não negarei, sua atitude é extremamente comum, e certamente todos já passamos por isso ou ainda iremos passar. Confessar o que sentimentos é um dos maiores desafios que o ser humano pode se impor, e para Clay não foi diferente. A maestria da série não está apenas em retratar as últimas semanas de vida de uma garota morta, mas sim, de contar o que acontece após estas pessoas irem embora e deixarem buracos enormes na vida de quem as amava. 

Somos constantemente bombardeados com resquícios da vida de Hannah até o ponto em que realmente incorporamos Clay. O espetáculo da vida e a morte é o cenário desta grande apresentação que chamamos de viver. A dádiva de aproveitar e dar os nossos suspiros diários não são apenas passageiros, mas também finitos e quase pó em meio à uma intensa chuva.

Se é possível aprender algo com a série, é que realmente precisamos refletir sobre todo aquele assunto clichê de empatia e se colocar na situação do outro. Talvez, esse tempo todo, não quiséssemos nos colocar na vida de outra pessoa, e sim, descobrir todo o impacto que ela tem sobre a nossa. Somos mais um Clay ou quem sabe também uma Hannah?

Foto: Netflix / Divulgação.

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