É difícil dizer algo relativamente simples e direto sobre a
franquia Cinquenta Tons. O segundo filme chega com ares mais sérios e diversificados
que prometem entregar uma narrativa mais dramática e sensual em relação ao seu antecessor. O escapismo escolhido para dar vida à esta história e não
deixar o clichê bobo e desapontador se estabelecer é a trilha sonora composta
por grandes artistas da música pop atual; mas a pergunta que não quer calar é: O
filme é realmente uma imensa porcaria ou isto é exagero do público mais conservador?
Para alguém que não gosta de sexo explícito e uma relação
por vezes abusiva retratada nas telonas, a franquia realmente não irá servir.
No entanto, para os curiosos e até mesmo ''secretos'' fãs deste tipo de gênero, é algo que pode vir a ser interessante e agradável. O fato é que
definitivamente, ele tem público certo e direcionado. Não irá adiantar se
entregar a esta história apenas por emoção, é necessário também um apelo e um
bom desenvolvimento do romance peculiar do casal para as coisas começarem a
tomar rumo.
Em meio à uma bela trilha sonora, bons enquadramentos e atuações
medianas, o tranco do filme chega, e consegue empurrar a narrativa. No entanto,
os diálogos permanecem sendo o maior ponto negativo, não apenas por serem brega
tanto para o público adolescente, quanto para o público mais adulto, mas também por
não levar situações a sério como deveria.
Existem fragmentos de drama ao decorrer da história. Ele, é o
núcleo que consegue transmitir mistério e criar um possível ''Futuro'' para as próximas
sequências. Mas fica o questionamento: Será que os fãs querem realmente um drama neste tipo de filme? O tabu do sexo é toda a sustentação
da série, sem isto, é só mais uma história clichê sem mais a acrescentar. Mas
verdades precisam ser ditas: O filme agrada. Se não pelas suas cenas mais
quentes, mas também pelo envolvimento dos personagens (fisicamente, é claro) que mesmo por muitas vezes rasos,
ainda assim, conseguem despertar algum tipo de emoção em quem assiste.
Cinquenta tons não é uma obra prima do cinema, e as diversas
reclamações sobre o seu roteiro chulo são válidas, como em qualquer filme.
Porém, descartar a boa trilha sonora, e ignorar que existe um mercado especial
para este tipo de público tentando barrar uma tendência que pode vir a dar vida
a outros filmes deste segmento, é puro egoísmo e preconceito barato. Relevando algumas situações forçadas, e
apreciando a criatividade que foi desenvolvida esta história, cinquenta tons mais escuros não é tão ruim assim.
Avaliação: Regular/Bom