Crítica | Moonlight: Sob a luz do luar (2016) O vencedor do Oscar de melhor filme de 2017

Maykon Oliveira
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Dirigido por Barry Jenkins, Moonlight: Sob a luz do luar, destrói preconceitos e barreiras sociais quando pretende passar uma mensagem ao público. A estrutura narrativa da trama é consistente e visa todo o tempo expor situações íntimas, e delicadas sobre temas como racismo, sexualidade e criminalidade. O filme aborda com perfeição a linha tênue entre crescer, e estar tentando se encontrar no mundo.

Quando um garoto que apanha todos os dias entra na casa de um homem, ele busca refúgio para seus dias de tormento. As situações de seu cotidiano refletem na sua transformação para a vida adulta. Diante de preconceitos e com uma mãe viciada em drogas, o pequeno menino precisa tentar sobreviver no mundo cruel em que se encontra sozinho. No entanto, o homem que o acolhe no primeiro momento, decide ajudá-lo a se encontrar no mundo, e entender o verdadeiro significado da vida.

A carga dramática de Moonlight é explosiva. O objetivo aqui é claro e direto: Você precisa refletir sobre as suas atitudes, tanto para com alguém que você não conhece e que pode estar sofrendo, quanto para alguém que não merece ser massacrado pela sociedade apenas por sua cor de pele, ou orientação sexual. As mensagens que agregam delicadeza à história são de encher os olhos d’água; é praticamente impossível não entrar em um estado de autojulgamento assim que o filme acaba. 

Não bastando o sólido roteiro, as excelentes atuações de Alex R. Hibbert (Little), Mahershala Ali (Juan), Trevante Rhodes (Black), Naomie Harris (Paula) e Janelle Monáe (Teresa), agregam ainda mais para tudo ser crível, e detalhista. A fotografia contrasta com tons roxos e azuis cooperando ainda mais para o sentimento de intimidade que aos poucos vai se instalando no espectador. A trilha sonora é sensorial, e consegue despertar um certo tom de empatia nas mais diversas situações, sendo possível transitar entre aflição, e tristeza em diversos momentos. Ao fim, Moonlight, é feito para emocionar, conscientizar, e denunciar aspectos de uma cultura por muitas vezes fria, ofensiva e egoísta. Uma obra de arte em todos os aspectos, que merece ser elogiada.

Avaliação: Ótimo/Excelente

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