Euphoria: Segunda temporada eleva a trama a outros níveis

Maykon Oliveira
Por
0

 

A segunda temporada de Euphoria revela diversas mudanças, tanto no roteiro que já não segue mais eventos lineares, quanto em alguns aspectos técnicos que aqui servirão para mostrar muito além de um novo arco, sendo o foco da vez novos elementos e novos conflitos entre os personagens. 

O segundo ano da série criada, dirigida e roteirizada por Sam Levinson, aborda ainda mais as questões da sua personagem principal, Rue (Zendaya) e seu vício em drogas cada vez maior, além de romances inesperados e situações que prometeram brigas e discussões que irão para sempre marcar a relação de alguns personagens, além de também impactar o público.


Rue e Elliot são uma das melhores coisa nesse novo ano.

Enquanto Rue conhece um parceiro para continuar se drogando em segredo Elliot, interpretado pelo carismático Dominic Fike  ao mesmo tempo em que continua sua relação com Jules (Hunter Schafer), é nítido perceber o drama pessoal da personagem crescendo cada vez mais, seja pela falta do pai, seja por estar confusa em um relacionamento, sem de fato saber diferenciar o que é amor e o que é luto.

Em contrapartida, descobrimos a existência de novos casais como Nate (Jacob Elordi) e Cassie (Sydney Sweeney), que trouxe diversas consequências não apenas para o futuro de seus personagens, como também movimentam as brigas na maioria dos episódios, sendo Nate, o pivô principal da maioria do que acontece nesse novo ano, e estabelecendo de vez seu crescimento como vilão que tenta a todo custo manipular e esconder seus lados sombrios.  

Maddy e Cassie, uma das relações abaladas nesta temporada.

Passando para os comentários técnicos, vale ressaltar que apesar dessa continuação estar impecável e no mais alto padrão de qualidade, ela não foi capaz de ser melhor que a temporada antecessor, visto que a fotografia nesta parte da história muda para tons mais escuros, desgastados, retratando memórias pesadas e marcantes na vida de cada um que está sendo retratado na tela. Comparando com o uso do roxo e azul da temporada passada, tudo parece perder um pouco mais da graça aqui, incluindo a trilha sonora que antes era quase um personagem de tão marcante e que nesse ponto passa de forma batida.

Como ponto principal, é fundamental dizer que a interpretação dos atores aqui cresce a níveis nunca antes vistos, a Rue, de Zendaya dá um show como uma viciada que se nega a entrar no processo de recuperação e protagoniza cenas que vão provocar sentimentos de medo e aflição a todos a sua volta. Cassie de Sydney Sweeney também protagoniza cenas marcantes, como relações e flertes quentes, nudez, ações sexuais, além de lágrimas e sorrisos forçados que retratam o conflito interno de sua personagem.

Um arco interessante se desenvolve com a amizade de Elliot e Jules

Infelizmente, o maior ponto negativo está no pouco desenvolvimento de alguns rostos conhecidos do público, como Kat (Barbie Ferreira) ou até mesmo na exploração do novo elenco, como Elliot (Dominic Fike) e Faye (Chloe cherry), ambos inseridos na história para serem peças chaves de futuros conflitos que irão estourar apenas nos últimos episódios, enquanto o arco de Kat se resume em poucos minutos e sem nada a acrescentar depois de sua aparição no meio da trama.

Enfim, a temporada termina de forma satisfatória, mas ainda assim deixando muitas pontas em aberto com um final chocante envolvendo morte de pessoas queridas pelo espectador e possíveis conflitos envolvendo a prisão de alguns personagens e o fim da amizade entre outros. No final das contas, Euphoria continua bela e brilhando, mas acende o alerta sobre o rumo que a produção poderá tomar e se continuará tendo o prestígio que merece. 


Tags:

Postar um comentário

0Comentários

Postar um comentário (0)