Crítica | Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo — Da comédia ao ápice do Nilismo

Maykon Oliveira
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Prepare-se para uma verdadeira obra-prima com Tudo ao Mesmo Tempo em Todo Lugar

O filme mais diferente e único do ano acaba sendo também a maior das surpresas de 2022, trazendo uma comédia nas últimas escalas do sem-noção, e até mesmo o drama e o questionamento da vida no mais profundo Nilismo. Dirigido por Daniel Kwan e Daniel Scheinert, Everything Everywhere All at Once ou Tudo ao Mesmo Tempo em Todo Lugar, retrata a vida de uma família comum, cheia de dívidas, mas também com seus integrantes cheios de problemas não resolvidos, vontades não realizadas e diversas, inúmeras e incontáveis versões de suas vidas com potenciais desperdiçados quando exploramos o multiverso. 

A trama é algo que parece ser mais do mesmo, "Uma viagem para outro universo", mas no fundo é mais que isso. A cada cena e interação ela vai aos poucos mostrando sua complexidade, seu olhar de mundo e estabelecendo a mensagem que deve ser passada, sendo uma verdadeira contemplação da humanidade em forma de risadas e aleatoriedades, porém, vale dizer, de bons momentos de choro. Há cenas marcantes que pegam até a pessoa mais fria para refletir sobre sua vida, o que estamos fazendo no universo como seres humanos e o que acontece após nossa jornada aqui. 

Toda a composição de história ganha vida e sentido com interpretações icônicas  Vale destacar o elenco composto por Michelle Yeoh (como Evelyn), Stephanie Hsu (como Joy) e Ke Huy Quan (como Waymond)  e bem orquestradas, verdadeiros pontos chaves de uma narrativa que usa brilhantemente a fotografia de paisagens para passar sensações, medos, e despertar noções de vazio ou de confusão mental. Somos pegos por planos que mesclam o nosso universo e realidades paralelas, câmeras que giram, brilham e explodem para mostrar a ação de cada decisão tomada no decorrer dessa história.

Com a união de uma melancólica, mas energética trilha sonora envolvente e diálogos que nos fazem pensar, temos a noção impressionante sobre como é o "multiverso" e como seriam nossas vidas de forma paralela, uma vez que seguimos ou não os nossos sonhos e desejamos ou não casar com pessoas que amamos, mesmo contra a vontade de nossos pais e sem apoio algum. 

Enfim, Tudo ao Mesmo Tempo em Todo Lugar é uma bela forma de ver a vida humana resumidamente em duas horas, construída e referenciada em um espetáculo visual e emocional que abala a todos que assistem. É de forma disparada uma das melhores produções cinematográficas do ano, e que certamente ganhará cada vez mais apoiadores ao se aventurarem por meio dessa criação maravilhosa. 

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